POLÊMICA DESNECESSÁRIA - Projeto do Executivo tem objetivo desviado “por politicagem”

Prefeito encaminhou proposta para permitir premiação de artistas contratados para eventos culturais e edis tentaram incluir religião no objetivo

POLÊMICA DESNECESSÁRIA - Projeto do Executivo tem objetivo  desviado “por politicagem”
Foto: Reprodução/Youtube/CMI


O prefeito enviou para a Câmara um projeto em que pede a autorização para fazer repasses de valores definidos para artistas contratados para eventos do município, a título de premiação. No projeto, no seu artigo primeiro, fala em “eventos culturais” e no artigo segundo, cita “intervenções culturais, como música, artesanato, dança, entre outros”. São valores que vão de R$ 500 a R$ 5 mil, quando se tratar de “bandas locais”. Em momento algum no projeto é colocada a questão da fé praticada pelos contratados, até pelo fato de o “estado brasileiro” ser laico e existir proibição a questionamentos de cunho religioso, político-partidário, raça e outras questões. O “estado”, neste caso, o Município, não pode colocar impedimentos ou direcionamento de contratações com citações de raça, credo, opção sexual, opção política...

Porém, ao ser apreciado na Câmara, foi criada polêmica desnecessária, com a solicitação por parte do vereador Kaio Guimarães, que quis saber se o projeto beneficiaria o “Festival da Música Gospel” e a “Marcha para Jesus”. Em seguida, o vereador Alexandre Campos, até mesmo ironizando, afirmou que neste caso gostaria de saber se o projeto beneficiaria as contratações para a Semana Santa, Kairós, Renovação Carismática... e a edil Edênia Alcântara foi ainda mais além ao questionar se também a Parada Gay seria contemplada no evento.

Ironias à parte, um assistente da reunião apontou a “politicagem que se busca fazer a partir de temas simples como este”, afirmou. Concluindo que “essa questão de querer incluir um ‘atestado de fé’ para a contratação de artistas pela Prefeitura, chega a ser absurda. Ora, o projeto fala em contratar artistas para eventos culturais. Aí, quando da realização destes eventos, das igrejas apoiadas e apoiadoras do político, é que se vai negociar a participação da Prefeitura. Seria o caso, até, de aprovar um projeto específico para destinação de verba para a realização dos eventos citados, aliás, promovidos pelas igrejas e não pela Prefeitura”.