Itaúna. O cenário para 2024
Estamos a 1 ano e 6 meses das próximas eleições municipais de outubro de 1924 e as articulações para as acomodações partidárias dos nomes que podem vir a participar do processo já começaram a ser feitas. Ao que tudo indica, podemos ter algumas surpresas o ano que vem ou também podemos não ter surpresa alguma e tudo afunilar em dois ou três nomes que já são conhecidos no meio político e dos eleitores. O fato é que, depois de muitos anos, a cidade não tem um nome que desponta no cenário político municipal com destaque, e digamos, “os comandantes” não têm uma opção antecipada, então, ao que parece, o jogo será mesmo jogado desta vez.
Como fica evidente num primeiro instante, o melhor nome politicamente falando é o do ex-deputado Gustavo Mitre, hoje suplente e exercendo cargo no governo Zema. Gustavo teve uma excelente votação para deputado e pode ser o prefeito em uma composição ampla, pois sempre teve ligação com o grupo do ex-prefeito Osmando, mas, por outro lado, tem um bom relacionamento com o grupo oposicionista liderado pelo atual prefeito Neider Moreira, além de que os interesses futuros podem corroborar por uma aproximação negociada. Assim, numa coalização com maior amplitude, pode ser candidato com apoio do atual prefeito, que pode indicar o vice, por exemplo.
O grupo de Neider tem nomes que cogitam a candidatura dentro de uma viabilidade palpável, como, por exemplo, Diógenes Vilela, Fares Neto, Rosse Andrade, Nesval Júnior, Alexandre Campos, dentre outros... Além disso, a vice-prefeita Gláucia Santiago seria o primeiro nome, caso não assuma uma vaga na Câmara Federal, como se espera. Mas nos bastidores do grupo neidista já se fala que Gláucia é “difícil de carregar”, portanto a disputa no grupo está aberta. O interessante é que ao mesmo tempo em que os caminhos indicam possíveis composições, os interesses individuais acabam por interferir e levar as conversas para outro rumo. O prefeito Neider, por exemplo, que pretende voltar a ser deputado, tem interesse em tirar Gustavo da disputa para o cargo em 2026, como também não quer a Gláucia na disputa, a eleição dos dois ou de um dos dois para prefeito, seria a melhor opção para ele... E é por aí que as conversações vão fluir.
As informações são de que Gustavo Mitre não pretende ser candidato, pois gosta é do Legislativo e pretende voltar a ser deputado por mais um ou dois mandatos, assim, pretende ficar no cargo em que está no governo estadual, fazendo política e mantendo as suas bases. Gláucia tem mesmo uma pequena possibilidade de assumir o cargo de deputada federal e, se conseguir, acaba desistindo da candidatura à prefeitura, pois teria espaço para trabalhar uma reeleição à deputada, mas, é exatamente aí que os problemas começam para o atual prefeito, pois com os dois efetivamente deputados, fica impossível emplacar outra candidatura a deputado nos dois níveis. Assim sendo, Neider pode forçar uma composição partidária para ter viabilizada a sua candidatura a deputado, que, em nossa opinião, será para deputado estadual.
Analisando o cenário por outro ângulo, os nomes de Marcinho Kakuna, que já declarou que é candidato; de Eugênio Pinto, que espera estar liberado para se candidatar; de Maurício Nazaré, que desta vez deve mesmo colocar seu nome, dentre outros, como Mirinho, pelo PT, Kaio, pela ala conservadora, dentre outros que podem surgir, a cidade, depois de muitos anos, pode ter mais de quatro candidatos a prefeito, pois com mais de 12 pretensos candidatos, vai ser praticamente impossível costurar uma composição para afunilar em duas candidaturas. Mas ainda falta muito tempo e tudo são suposições e possibilidades no verdadeiro “xadrez” que é a política e suas composições. Mas uma coisa é certa, os denominados líderes, no caso Neider e Gustavo Mitre, vão ter que trabalhar acordos amplos para que não percam a eleição majoritária desta vez, porque as possibilidades de candidaturas, ao que tudo indica, estão mais amplas e a divisão do eleitorado pode configurar opções em todos os grupos partidários.
Em nossa opinião, dentre os nomes que se colocam como possíveis candidatos, que em nossa conta serão cerca de 12, pelo menos 4 têm possibilidades de chegar à eleição, e dos quatro, dois têm reais condições de administrar a cidade. Numa composição com nomes escolhidos para vice dentre os 12 colocados, apenas quatro ou cinco nomes ficariam de fora da disputa. Mas a verdade é que “muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte”, até junho do próximo ano. E o que o itaunense precisa observar dentre as movimentações políticas de grupos, independente se são de direita, centro ou esquerda, são os nomes colocados, a capacidade de administrar de cada um, a formação profissional e principalmente moral de cada um deles. Quase todos os nomes são de pessoas que conhecem Itaúna muito bem, conhecem o meio político e administrativo e quase todos atuam no meio e já exerceram e/ou exercem, cargos públicos. Dois ou três são empresários bem-sucedidos e sabem o que é administrar, portanto as possibilidades, em se tratando de disponibilidade administrativa e conhecimento da cidade, são muito boas, mas antes de tudo o eleitor precisa observar a disposição, os interesses envolvidos, principalmente de grupos, e, mais que isso, a honestidade de cada um. É, vamos aguardar...
Por Renilton Gonçalves Pacheco