Grupo de “venezuelanos” explora a boa fé dos itaunenses nos ‘sinais’

Reportagem flagrou táxi de Belo Horizonte aguardando pedintes na sexta-feira, dia 12, em plena Praça Dr. Augusto

Grupo de “venezuelanos” explora  a boa fé dos itaunenses nos ‘sinais’
Foto: Divulgação


Na sexta-feira, 12, desde o período do início da manhã, até por volta das 13 horas, um grupo de pessoas com cartazes, se dizendo “venezuelanos”, ocupou as esquinas da cidade pedindo dinheiro aos passantes. Eles trajavam vestimentas parecidas com as usadas pelo povo do país vizinho, destacando as cores azul claro e vermelho escuro, chapéus e franjas nas blusas. Para o senso comum, trata-se realmente de venezuelanos, dado os trajes típicos e as características físicas das pessoas. Porém também pode se tratar de golpistas que se caracterizam como tal para obter dinheiro fácil, já que atuam pelas ruas da cidade sem quaisquer problemas. 

Foi o que a reportagem apurou neste caso. Um taxista parou seu veículo, vindo da capital, na Praça da Matriz, no estacionamento reservado aos táxis, próximo da banca de revistas, por volta de 6h30 da sexta-feira. Às pessoas da região ele afirmou que mensalmente vem a Itaúna trazendo “um pessoal”. Disse a um interlocutor que ficaria por ali, “quase todo o dia, até o pessoal voltar”. Talvez sabendo que tratava de prática pouco recomendável, ele não deu mais informações sobre que “pessoal” seria esse. 

Já por volta das 13 horas daquela sexta-feira, 12, o repórter da FOLHA foi alertado do fato e conseguiu ainda fotografar duas pessoas entrando no táxi, conforme a imagem acima. Um terceiro já tinha entrado no veículo e se acomodado no banco da frente. Imediatamente o táxi foi embora com seus ocupantes. Eram “os venezuelanos” que passaram cerca de seis horas pedindo dinheiro aos itaunenses. Certamente o faturamento compensou o fretamento do táxi. E o fato se repete mensalmente, como disse o motorista: “Todo mês trago esse pessoal”, respondendo ao interlocutor que ficou curioso ao ver aquele táxi, de Belo Horizonte, parado por tanto tempo num mesmo local. 

Em outras cidades, mesmo vizinhas, os pedintes são constantemente abordados, identificados, admoestados pelas autoridades – como apurou a reportagem –, para que a população não seja vítima de golpes. Já em Itaúna a situação é outra, pois a prática de pedir dinheiro aos passantes é livre. E assim os itaunenses vão sendo vítimas de golpes de pessoas de todo tipo e procedência, e que ocupam os espaços públicos da cidade sem quaisquer problemas.