DENGUE NO CENTRO-OESTE - Itaúna tem o quinto pior índice de infestação

Com risco altíssimo, conforme apurado no último levantamento, o município corre riscos com as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

DENGUE NO CENTRO-OESTE - Itaúna tem o quinto pior índice de infestação
Foto: Arquivo/FOLHA


Com a chegada do calor e a temporada de chuvas, era previsto que aumentasse o índice de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Porém o índice apurado em Itaúna mostra que o descuido foi maior que o esperado e a cidade ficou com o quinto pior índice no LIRAa divulgado pela Regional de Saúde de Divinópolis para a região Centro-Oeste, recentemente. Entre as maiores cidades da região, o município é o primeiro colocado, com índice de infestação apurado de 12,7%, o que corresponde a quatro vezes mais o limite máximo para a infestação de nível médio, que é 3,8%. A partir de 3,9% já se considera índice alto e Itaúna multiplica esse índice por quatro, o que caracteriza índice altíssimo de infestação do mosquito e, portanto, mais possibilidades de infecção com as doenças causadas pelo Aedes aegypti.

Dos quatro maiores municípios, em população, no Centro-Oeste, Pará de Minas é o que se encontra em melhores condições, com índice de infestação de 6,8%, que também é considerado alto. Divinópolis, com 11.3% e Nova Serrana, com 11.2% têm praticamente o mesmo índice, também considerados altíssimos, mas abaixo do índice alcançado por Itaúna.

Combate à doença tem que unir população e poder público

Todos sabem que as condições ideais para a proliferação do mosquito são o acúmulo de água parada e o clima quente. Assim períodos chuvosos e o aumento do calor, como vem ocorrendo nas últimas semanas, é o ambiente ideal para o mosquito. A sua maneira de procriar é bastante conhecida, pois eles se utilizam dos ambientes de água parada, que seja em porções mínimas, como nos vasos de plantas, reservatório de água encontrado atrás de algumas geladeiras, ou mesmo caixas d’água, latas e outros reservatórios que são encontrados em quintais. Assim, a atuação das famílias, evitando manter esses tipos de criadouros para o mosquito, é muito necessária. Pelo menos uma vez por semana é preciso que se tire uns quinze minutos para fazer uma vistoria no interior das casas e nos quintais, retirando as condições de proliferação do mosquito.

Já o poder público tem por obrigação, além da realização de levantamentos, de atuar com seus agentes no sentido de combater as larvas dos mosquitos, utilizando para isso o meio próprio de combate, que são os larvicidas. Mas, além disso, tem que atuar também no combate à proliferação do alimento dos mosquitos. É preciso saber que o Aedes aegypti se alimenta da seiva e néctar das plantas, seja ela aquela plantinha cultivada pelas pessoas ou mato. E falando em mato, uma maneira de combater o mosquito, bastante eficaz é capinando ruas e logradouros públicos. Mantendo espaços públicos conservados, dando o exemplo, para que a população também mantenha seus espaços privados limpos. 

Além de cobrar da população os cuidados com a limpeza, é necessário também que não se permita o mato alto, como no posto de saúde do bairro Cidade Nova, ou no Cemitério do Parque Jardim, isso para citar duas das reclamações chegadas à FOLHA recentemente. Além de cobrar da população a manutenção da limpeza em suas propriedades, a Prefeitura também deve fazer a sua parte, limpando os espaços públicos. Se não agir assim, vamos ter que continuar convivendo com esses índices altíssimos de focos de infestação do Aedes aegypti e, por consequência, com os males das doenças que este mosquito transmite.