Coopert é “abandonada” pela atual administração
Até água foi negada para os recicladores que elevam o nome de Itaúna em todo o país
Itaúna tem algumas experiências que destacam a cidade país afora. O município é conhecido no Brasil e até no exterior, por duas iniciativas, principalmente: a APAC e a Coleta Seletiva de Lixo “Secos e Molhados”. A primeira, surgiu em São José dos Campos, com a liderança do advogado e jornalista, Mário Ottoboni. Mas foi em Itaúna que a iniciativa foi catapultada mundo afora. Hoje, não se fala em APAC, em qualquer lugar do mundo – e olha que se fala muito –, sem que a experiência de Itaúna seja citada.
Outra iniciativa, esta nasceu, cresceu e frutificou Brasil afora e até em alguns outros países, a partir de Itaúna. É a Coleta Seletiva de Lixo “Secos e Molhados”. Sua implantação foi a partir de projeto do jornalista Sérgio Cunha, do ambientalista Ralim Mileib e do prefeito Osmando Pereira. Mas não existiria sem a Coopert, que é a executora da citada coleta. A introdução serve ainda para lembrar que quando o nome de Itaúna é citado, em outras cidades, invariavelmente a Coleta Seletiva e, consequentemente, a Coopert são citados, pois não há como separar Itaúna, da coleta, e a coleta, da Coopert.
Assim, não há como compreender o porquê de a administração municipal abandonar a Coopert, como está ocorrendo, logo após a ocorrência de um incêndio em suas dependências. É o que observam com indignação cidadãos itaunenses que acompanham a luta diária da cooperativa, para se reerguer após o sinistro.
Recicladores lutam sem ajuda da Prefeitura
Conforme a reportagem apurou com trabalhadores da cooperativa de reciclagem, até mesmo água foi negada aos cooperados pela administração municipal. Passadas três semanas de um incêndio que destruiu o galpão da Coopert, onde estavam instaladas duas esteiras de separação, prensas, balanças, e a estrutura necessária à separação dos resíduos, a atual situação é mais que precária. Recicladores atuam em meio a toneladas de lixo, utilizando apenas algumas mesas de compensado, para executar a separação do material.
Além da água, conforme apurou a reportagem, o pedido de uma tenda – muitas vezes usada para abrigar promoções “culturais” – foi negado. Felizmente, os cooperados da Coopert são guerreiros e atuam sem quaisquer estruturas, na separação dos resíduos. “Imaginem se esse tipo de comportamento dos gestores fosse o mesmo, por exemplo, quando a Itaunense (fábrica de tecidos) fechou? Itaúna teria ‘fechado as portas’, se o comportamento dos políticos da época fosse igual ao de hoje”, lamentou um cidadão com atuação no meio social itaunense que foi ao local averiguar o que está sendo feito.
Na Câmara Municipal, na reunião ordinária da terça-feira, 22, os vereadores também se manifestaram em relação à situação dos cooperados recicladores e cobraram posicionamento e ação do prefeito que permanece calado diante da situação.
Você pode ajudar
Com a queda na produção e, consequentemente, no volume de material a ser negociado, o faturamento da Coopert será bastante diminuído. São quase uma centena de famílias que dependem daquela fonte de renda. Para ajudar a mudar esta situação e a manter o trabalho da Coopert, que é referência nacional, você pode doar: água, material reciclável já separado, alimentos, cesta básica, mesa para separação, tenda para abrigar os trabalhadores, ou mesmo dinheiro.
- Para doar dinheiro, a conta da Coopert é no Banco do Brasil, Agência 0425-1, conta corrente número 56.942-9
- E o Pix tem o CNPJ como chave: 31 547 85 0001 45
Juntos, vamos vencer mais este desafio!