Cineasta de Itaúna traz a sua obra para exibição na cidade
“Tudo que vi era o Sol” foi exibido no sábado, 5, no Cine Ritz, com entrada franca
A falta de perspectiva das pessoas de um bairro em uma cidade do interior forma a base da narrativa que tem o trabalhador da construção civil Gil como personagem principal deste instigante trabalho de Ralph Antunes Silva, cineasta itaunense com extenso trabalho na arte cinematográfica mineira e nacional. Ralph Antunes é graduado em Artes Digitais pela Escola de Belas Artes da UFMG e, desde 2009, se dedica à produção audiovisual. Seu primeiro trabalho autoral como produtor e montador foi o curta-metragem “Carga Viva” (2013), que teve grande circulação pelos festivais de cinema, com estreia no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ralph, em parceria com Débora de Oliveira, também produziu o curta-metragem “Boa Morte” (2015), vencedor do 1º Prêmio BDMG Cultural – FCS de Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento.
Atuou como assistente artístico, desde 2014, trabalhando ao lado do cineasta e artista plástico Cao Guimarães, coordenando o workflow das produções audiovisuais do artista e fazendo a comunicação de seu estúdio com as instituições de arte ao redor do mundo. Seu mais recente trabalho é “Tudo que vi era o Sol”, que foi exibido aos itaunenses no sábado, dia 5, no Cine Ritz, na Avenida Jove Soares, e que teve entrada franca.
“Tudo que vi era o Sol”, lançado em 2023, de Ralph Antunes, em codireção com Leonardo Amaral e Pedro Maia de Brito, foi selecionado para as principais mostras de festivais da categoria de curta-metragem nacionais e internacionais: Doclisboa, Portugal; Kasseler Dokfest, Alemanha; Festival de Málaga, Espanha; FICValdivia, Chile; At Cinemas, At Last, Rússia; e FestcurtasBH; Janela Internacional de Cinema do Recife.
Conforme a divulgação da produção, “Tudo que vi era o Sol” é “um filme que lida com as agruras e inquietações de um trabalhador do interior do Brasil. O filme procura captar os momentos de trabalho e os instantes no bar ou em encontros furtivos de Gil, com Kátia, em um parque isolado da cidade. Há alguns anos, o Brasil passa por um momento delicado em sua esfera política e econômica, ocasionando um vazio no cotidiano de muitos trabalhadores. Lidar com esses vazios e os vícios latentes dessa situação é o desafio maior que procuramos alcançar em nossa produção. Gil é um homem comum, como tantos outros brasileiros. Dona Maria, sua mãe, é apenas mais uma dentre tantas outras que vivem o batente diário na frente de seu bar e o dia de trabalho de Gil se converte nos mistérios da noite. Essa transfiguração é construída e permeada pelas músicas populares que tocam no rádio e procuram narrar o fio de vida de Gil, que está, aos poucos, desaparecendo. No cerne e na estética de ‘Tudo que vi era o Sol’, o cineasta busca o que há de mais extraordinário nesse processo de desaparecimento”.