Campeã brasileira e vice do Mr. Universe é itaunense

Em um ano como atleta de fisiculturismo, ela já venceu disputas estaduais, nacionais e internacionais

Campeã brasileira e vice do Mr. Universe é itaunense
Foto: Divulgação/Luther


A beleza não precisa estar distante de músculos definidos para a mulher. E é isso que prova a atleta Angélica Aparecida de Oliveira. Uma itaunense, nascida no dia 30 de junho de 1994, que mantém a tradição de Itaúna em relação às mulheres bonitas, é campeoníssima no esporte e, em apenas um ano disputando torneios de fisiculturismo, já recebeu vários troféus de campeã. Ela participou da sua primeira disputa no mês de maio deste ano, e ganhou o título de “Campeã Overall Estreantes – Categoria Bikini”. Depois, vieram duas conquistas estaduais, duas nacionais e um vice-campeonato internacional. E ainda deve participar de mais umas duas provas ainda em 2023. Confira a imagem e diga se ela não tem todas as chances de vencer pelo menos mais duas vezes neste ano, concorda?

 A FOLHA conversou com a atleta para saber um pouco mais sobre a sua carreira, ainda iniciante, mas já bastante vitoriosa. Suas conquistas, seus receios, como ela enfrenta os desafios. Angélica é filha de Ângela Aparecida e Djalma Ribeiro, tendo ainda duas irmãs. Além de praticar o fisiculturismo, é empresária no ramo de alimentação saudável e tem diversos outros afazeres. Conheça um pouco mais desta supercampeã, Angélica: 

FOLHA – Como você entrou para o mundo do fisiculturismo?

AAO – Primeiramente gostaria de agradecer a FOLHA pelo convite e dizer que me sinto abençoada por poder levar um pouco do meu esporte a conhecimento de todos. Antes de pensar em competir, eu já amava o mundo da musculação e alimentação saudável, e percebia que tinha muita disciplina para os treinos e dieta. Alguns amigos começaram a me incentivar a participar de um campeonato de fisiculturismo para que eu sentisse essa experiência. Passei 6 meses estudando sobre o assunto, procurando os profissionais que iriam me orientar nesta jornada e, em dezembro de 2022, decidi que iria competir. Escolhi o Jhol Best como meu coach e iniciamos a minha preparação em janeiro de 2023. Fiz a minha estreia nos palcos em maio deste ano, no Campeonato de Estreantes IFBB, e desde então não parei mais! 

FOLHA – Sabemos que você é campeã brasileira, mineira e que venceu mais uma conquista nos últimos dias. Cite os torneios e a colocação que você alcançou.

AAO - Sim! Participei e conquistei os seguintes títulos: Campeã Overall Estreantes - Categoria Bikini; Campeã Overall Mineira - Categoria Bikini; Campeã Mineira - Categoria Fit Model; Campeã Brasileira - Categoria Bikini até 1,62; Campeã Brasileira - Categoria Fit Model; e Vice-Campeã Mr Universe - Categoria Bikini até 1,64.

FOLHA – Você postou recentemente que a categoria “Fit Model” seria a “união perfeita de fortaleza e feminilidade”. Essa sua observação é interessante, visto que algumas pessoas têm preconceito com o fisiculturismo, até pela questão da “perda de feminilidade” que eles apontam. Como você encara isso?

AAO – Mesmo que o fisiculturismo venha crescendo e sendo cada vez mais difundido, ainda existe, sim, um preconceito de que a mulher que decide ser fisiculturista ficará masculinizada por causa dos músculos aparentes. A categoria Fit Model existe para realmente provar o contrário. Como é uma categoria que em um dos rounds usa-se um vestido longo, social, a atleta consegue demonstrar no palco toda a feminilidade e elegância, fazendo as poses exigidas pela Federação, mesmo tendo um corpo musculoso. Isso para mim é a junção perfeita da fortaleza e feminilidade! 

FOLHA – A Angélica, mulher, enfrenta barreiras pela prática deste esporte? 

AAO – Sim. Assim como todas as outras, diariamente enfrentamos barreiras emocionais e sociais.

FOLHA – O fisiculturismo, assim como todo esporte, traz benefícios e problemas para quem o pratica. Quais são as suas maiores alegrias e, por outro lado, tristezas, vindas da prática deste esporte?

AAO – Exatamente. Para mim, o fisiculturismo vai além de um físico bonito. Ele me ensinou a ter disciplina em várias áreas na minha vida, o que contribui no dia a dia na minha evolução como ser humano. Isso é uma das alegrias… você ter controle sobre si, ser disciplinado e determinado. Por outro lado, para o atleta alcançar o que deseja, é necessário renúncias! O lado social fica bem afetado, porque você tem horários para comer, dormir e treinar. 

FOLHA – Muitas meninas estão iniciando ou querem iniciar a prática e, assim como você, participar de disputas, representar a cidade, o estado, o País, no fisiculturismo. O que você aconselha a elas para que tenham uma trajetória vitoriosa como a sua?

AAO – Eu fico muito feliz quando vejo mulheres tendo o desejo de um dia serem também fisiculturistas a partir da minha trajetória. Isso é muito gratificante! O que eu sempre falo para elas é que estudem sobre o esporte, se aprofundem no assunto, assistam campeonatos e tomem a decisão. Se a decisão for que querem realmente se tornar uma fisiculturista, tenha foco e seja determinada. Estabeleça onde quer chegar. Escolha um bom profissional. Não desanime. Curta o processo, porque cada preparação é única e emocionante.

FOLHA – Como sua família encara a sua carreira no fisiculturismo?

AAO – Minha família sempre me apoiou, seja na minha carreira profissional ou na minha carreira como atleta. Eles são minha base para eu viver este sonho.

FOLHA – Tem algum nome de destaque no Brasil que te incentivou a praticar o fisiculturismo?

AAO – Sim! Várias pessoas… a começar pela Isa Pecini, que é uma atleta fenômeno e renomada no fisiculturismo.

FOLHA – Qual é a sua rotina no esporte? É tempo integral? 

AAO – O sonho de todo atleta é viver do esporte, mas ainda minha rotina é a mesma de todas as pessoas. Eu estudo, faço nutrição e educação física, inglês e sou proprietária de uma indústria alimentar, a Degusta Fit. A rotina é muito exaustiva, porque, além das nossas obrigações como profissional, temos as obrigações de atleta.

FOLHA – Quais as suas próximas disputas?

AAO – Como acabamos de sair de um campeonato, acredito que ainda esta semana eu e o Jhol vamos alinhar os próximos passos, mas acredito que este ano haverá mais um ou dois campeonatos.

FOLHA – Os leitores da FOLHA que desejarem acompanhar a sua trajetória podem fazê-lo como e onde?

AAO – Podem me acompanhar pelo Instagram @angelicapoliv.