A questão Jove Soares vai “render”

A questão  Jove Soares  vai “render”


Depois da “devastação” provocada pelas chuvas da semana passada na nossa mais importante via de acesso à maioria dos bairros da cidade e hoje considerada nossa principal avenida comercial, principalmente em se tratando de entretenimento, as conversas visando soluções, mesmo que paliativas, já movimentam os corredores da Prefeitura e da Câmara. E, com mais intensidade, entre os proprietários de imóveis na Avenida e principalmente os comerciantes, independente de serem donos ou inquilinos. 

Com prejuízos contabilizados ou apenas calculados da ordem de 2 milhões de reais, os comerciantes e proprietários de imóveis já se mobilizam para cobrar do município os prejuízos, além de formarem grupo de whats app, já se organizam para contratar advogados e querem o ressarcimento dos prejuízos, independente de se nos imóveis, bens móveis ou de estoque, e querem também indenização dos dias parados sem faturamento. Ao que parece, estão organizados e conscientes de que têm o direito de reivindicar e de brigar, pois muitos estão em situação de ter que recomeçar, pois perderam a montagem das lojas e o estoque. Alguns estão em situação dificílima. Outros perderam milhões, pois tiveram carros caros que estavam à venda em exposição destruídos, e alguns tiverem os carros arrastados e também completamente destruídos. 

E, ao que parece, as coisas vão render, pois as informações de bastidores chegadas a este jornalista indicam que o prefeito já se posicionou e não vai buscar providências, e literalmente teria afirmado que o próximo prefeito que resolva a questão. Ao ser questionado sobre os problemas e as soluções, teria dito que as obras na Jove Soares custariam 85 milhões de reais e não há linha de financiamentos para tal fim e montante, e que seu governo está prestes a entrar no último ano. Ou seja, literalmente “ligou o f....”. Mas é como afirmam alguns dos prejudicados, ele não pode esquecer que é o gestor até o fim de 2024 e que tem satisfações a dar a toda a população e, no caso, aos comerciantes, moradores e proprietários de imóveis nas áreas de alagamentos. Além de dar satisfações e ouvir, tem a obrigação de buscar soluções, mesmo que paliativas. E há soluções mais viáveis do que fazer obras gigantescas que custariam mais de 85 milhões de reais. 

Mas, para buscar soluções de baixo custo, é preciso saber ouvir, ter paciência e deixar de se postar como o “dono da verdade”, o “senhor sabe tudo”. E este perfil, de ouvir, aceitar... nosso prefeito não tem. O que entendemos é que uma solução de engenharia mais rápida precisa ser encontrada e executada, antes que o período chuvoso se intensifique, porque aí somente no próximo ano, depois das chuvas, é que poderiam executar obras no local. E aí não vai ter é obra nenhuma, pois o prefeito não vai fazer mesmo. Não entendo nada sobre a questão, mas acho que pelo menos uma limpeza em toda a extensão do córrego do Sumidouro precisa ser feita para desassorear o canal. E alternativas mais rápidas precisam ser estudas entre os profissionais de engenharia do município para que não tenhamos mais alagamentos no período.

Porém as informações vindas do gabinete do alcaide são de que ele está mesmo preocupado é em buscar meios para construir o trevo do Bairro Padre Eustáquio e em resolver a questão da empresa de transportes coletivos, destinando 26 milhões de reais para a concessionária para que os prejuízos no período da Covid sejam ressarcidos. E, ao que tudo indica, o projeto para autorização do pagamento dos milhões à Via Sul voltará à Câmara e um outro, para a construção do trevo, também. Ou seja, o prefeito não está preocupado em resolver os problemas imediatos, mas, sim, em fazer o seu nome a longo prazo, com obras como a do trevo do Padre Eustáquio. Mas a questão da Jove Soares é imediata e pode se tornar crônica se não houver uma intervenção a curto prazo. A questão nem é o prefeito querer ou não, é preciso fazer e se o gestor não quer, alternativas para obrigá-lo a fazer algo tem que ser estudadas, como buscar via Justiça uma solução, apesar da questão da morosidade do nosso sistema judiciário, outro problema. 

O fato é que será preciso, nossos próximos dias, muito bom senso de todos os envolvidos no problema que envolve as chuvas e as constantes enchentes na Avenida Jove Soares, que se agravaram com os novos loteamentos, que visivelmente contribuíram para encher o canal de terra e aumentaram e muito o volume de água. Se não estudaram a questão antes de aprovar os empreendimentos, que agora busquem soluções. Isso é um fato e não adianta postergar, pois em algum momento terá que se estudado e resolvido, pois os moradores da Avenida não podem conviver por anos com os problemas das enchentes. E mais, é uma obrigação do gestor público resolver, independentemente das prioridades políticas em se tratando de obras. O trevo do Bairro Padre Eustáquio pode esperar por mais alguns anos. É um “gargalo”, sim, mas há alternativas de trânsito. Para as enchentes na “prainha” não há alternativas, é preciso obras, intervenções que deem vazão suficiente a toda água de chuva que vem de todos os lados da cidade, seja dos bairros ou da parte da área central. 

Em resumo, a solução para os comerciantes, proprietários de imóveis, trabalhadores que dependem dos bares, restaurantes, açougues, varejões, pizzarias, casas de sanduiches, etc, etc, etc... e consumidores e transeuntes é o imediato estudo do que fazer para sanar a questão. E não tem esta de fingir que não tem condições de fazer porque não há recursos. Balela, quando se quer fazer, é possível encontrar alternativas. E há alternativas, e o senhor prefeito e seus asseclas sabem disso, se não buscarem solução e determinarem a execução de obras para acabar com o problema, é porque não querem. E se essa for a alternativa, que sejam responsabilizados judicialmente e moralmente expostos para que não “finjam de desentendidos” nas eleições vindouras.

Por: Renilton Gonçaves Pacheco