Vereadora denuncia e critica o estado de calamidade da Biblioteca Pública de Itaúna
Mais de 25 mil livros largados à ação do tempo. Secretário aponta culpa de empresa, “que não cumpre prazos e determinações”
A vereadora Márcia Cristina (Patriota) denunciou na reunião da Câmara Municipal de Itaúna de terça-feira, 17 de outubro, o estado de calamidade em que se encontra a Biblioteca Municipal “Engenheiro Osmário Soares Nogueira”, localizado na Rua Zezé Lima, em frente à Praça da Estação. Conforme a vereadora, os cerca de 25 mil exemplares de livros, além de outros objetos constantes do acervo da biblioteca, estão em estado de abandono, expostos ao tempo e sob risco de deterioração. Ainda segundo Márcia Cristina, o mofo, poeira e falta de cuidados já decretou a destruição de muitos exemplares, que, na sua opinião, não terão mais como serem recuperados.
Afirmou a vereadora que ela foi convidada a ir ao local devido a uma movimentação incomum que estaria ocorrendo ali. Chegando à biblioteca, encontrou funcionários da Prefeitura sem quaisquer equipamentos de proteção, como máscaras e luvas, fazendo o encaixotamento de livros que eram superficialmente limpos com um pano, antes de serem embalados. Disse que o risco à saúde dos servidores que executavam a tarefa de retirar os livros do local seria um outro problema, além, é claro, da destruição de um patrimônio cultural, histórico e educacional da população itaunense. Cobrou responsabilidades sobre os prejuízos causados ao acervo da biblioteca e, ainda, os riscos à saúde dos servidores que manuseavam os objetos, em meio à muita poeira, mofo e todo tipo de sujeira putrefata existente no local.
Márcia Cristina informou ainda que o secretário da Cultura, Ilimane Lopes (Joe), entrou em contato com ela para informar que a empresa responsável pela obra de manutenção do prédio seria a responsável pela situação e que ele já havia notificado a firma em cinco oportunidades sobre os problemas existentes. A vereadora, porém, questionou que a reforma que está sendo realizada no local teve início em março deste ano e que somente após sete meses do início da obra e depois de cinco notificações não atendidas é que estava sendo tomada uma providência. Informou que já havia feito os registros necessários e que faria uma denúncia junto ao Ministério Público (MP) e ao SNBP – Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, para que os responsáveis sejam chamados a responder pelo problema (Veja denúncia postada no Instagram da vereadora: @vereadoramarciacristina).
Nesval determina Comissão Especial para apurar o caso
O presidente da Câmara, tão logo a vereadora encerrou a sua fala, disse que a denúncia era muito grave e que estava, naquele momento, determinando a constituição de uma Comissão Especial da Câmara para apurar os fatos. Indicou para a comissão a vereadora denunciante, Márcia Cristina, e os vereadores Léo da Rádio, Edênia Alcântara, Antônio Da Lua e Antônio de Miranda (Toizinho).
Em seguida, o vereador Léo da Rádio, que é líder do prefeito, reforçou a informação de que o secretário de Cultura apontou o fato de que notificou a empresa responsável pela obra de reforma da biblioteca, por cinco vezes, devido aos problemas e que, até então, nada havia sido feito, motivo pelo qual teria mandado recolher os livros naquele local, como a vereadora Márcia Cristina denunciou.
Edênia pediu a demissão do secretário de Cultura
Na sua fala, na mesma reunião, a vereadora Edênia Alcântara, que foi indicada para participar da Comissão Especial que vai apurar as denúncias, fez várias outras críticas ao setor de Cultura e fez uma cobrança: a indicação de um novo secretário para a pasta, visto que o setor, como disse a vereadora, não tem demonstrado o trabalho que a população itaunense espera.