SALÁRIOS - Neider, Gláucia, diretores e secretários sem reajuste

Vereadores e funcionários da Câmara, Prefeitura, SAAE e IMP têm aumento de 9,36%

SALÁRIOS - Neider, Gláucia, diretores  e secretários sem reajuste
Foto: Reprodução/Youtube/Câmara


Foi aprovado pela Câmara de Itaúna, em reunião extraordinária, acontecida na manhã dessa sexta-feira, 20 de janeiro, o aumento nos salários dos vereadores e dos servidores da Prefeitura, Câmara, SAAE e IMP, retroativo a primeiro de janeiro, no índice de 9,36%. Este índice, conforme os projetos aprovados, refere-se ao INPC do período. Porém o IBGE divulgou que o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, de 2022, foi de 5,93%, portanto os servidores municipais conseguiram um ganho salarial de 3,43%. 

Além dos servidores citados, também foram votados aumentos para os salários dos vereadores, aprovado nos mesmos índices, após uma manobra política de bastidor. O projeto que previa o aumento para o salário do prefeito, vice-prefeito, secretários, procurador-geral, controlador- geral e diretores de autarquias também com índices de 9,36% foi rejeitado pelos edis.

Jogada para garantir aumento dos vereadores

Na terça-feira, 17, os vereadores se reuniram e o encontro durou apenas alguns minutos, visto que o vereador Alexandre Campos pediu vistas no projeto. A informação no meio político é de que essa atitude se deveu ao fato de que se o projeto com o aumento dos vereadores fosse a votação naquele dia, seria rejeitado. Então a saída foi o pedido de vistas e a remarcação da reunião para a manhã da sexta-feira, quando foi obtida a aprovação.

Na sexta-feira, após as negociações internas, os vereadores Ana Carolina (Carol), Antônio de Miranda e Edênia Alcântara se abstiveram. O vereador Tidinho, que já havia afirmado que votaria contra, não estava presente e justificou a falta, pois estava fora de Itaúna. Assim na votação de plenário ficou empatado o resultado em seis votos. O presidente, Nesval Júnior, exerceu o voto de desempate, que é quando o presidente vota como os demais edis, e deu parecer favorável, aprovando o aumento por sete votos a seis e três abstenções, além do vereador faltante, que completaria o total de 17 edis.

Votaram a favor do aumento Alexandre Campos, Giordane Alberto, Gleisinho, Lacimar Cezário, Léo da Rádio e Silvano do Córrego do Soldado. Foram contrários os edis Antônio Da Lua, Ener Batista, Gustavo Dornas, Joselito, Kaio Guimarães e Márcia Cristina. Ao final, resta o questionamento: os vereadores que foram contrários vão renunciar ao valor referente ao aumento ou foi só “jogada para a plateia”?

Aumento de “mais de três mil” negado ao prefeito

Na votação do projeto que concedia o aumento ao prefeito, vice-prefeita e demais membros do primeiro escalão do Executivo, a votação foi de 9 votos contra 6 para negar o reajuste. Conforme o vereador Kaio, o aumento para o prefeito seria de “mais de três mil reais”, o que considera muito para o momento, visto que o salário do alcaide já estaria “na casa dos R$ 31 mil”, o que o coloca como um dos melhores do estado. Kaio ainda fez um “joguete” de situação para tirar proveito, lembrando que “num momento em que os trabalhadores que ganham um salário mínimo e meio têm de pagar imposto de renda...”. Mas se esqueceu de falar que o presidente que ele apoiou por quatro anos não reajustou a tabela de isenções e que assim seria um dos principais culpados pela situação. Mas fica a impressão de que a questão é mesmo a alegada na fala, conforme um político itaunense que acompanhou a votação. 

Na votação do reajuste dos servidores, os edis Antônio de Miranda e Gustavo Dornas alertaram para os parágrafos primeiro e segundo do artigo primeiro do projeto aprovado, que trata de exceções de categorias que têm o salário atrelado aos pisos nacionais (professores e agentes de endemia), para que, nas alegações da administração, não sejam beneficiados com a aplicação do índice em cima do reajuste dos referidos pisos.  

No artigo segundo do projeto do Executivo para o aumento dos salários dos servidores consta a categoria dos servidores detentores de cargos comissionados, que também terão direito aos 9,36% de reajuste. Nada foi falado na questão, mas aí, também, pode ocorrer o que o vereador Alexandre Campos alertou em relação à possibilidade de “os assessores receberem salário maior que os vereadores”. Pode acontecer ainda que o diretor de departamento, por exemplo, ganhe salário maior que o de secretário, seguindo na mesma linha.