Redes de supermercados e atacadistas do Centro-Oeste no alvo do MPMG
O ex-operador do “Mensalão”, Marcos Valério, também é investigado na Operação Ambiente 186. Informações são de que mais de R$ 215 milhões de ICMS foram sonegados pelos acusados.
Foi deflagrada na manhã desta terça-feira, dia 2, a Operação Ambiente 186, que tem como foco, redes de supermercados e atacadistas sediados em Belo Horizonte, na Região Metropolitana de BH e no Centro-Oeste de Minas, além de uma rede de supermercados do Leste de Minas, que já teve o nome informado na imprensa.
Conforme os dados informados à imprensa, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. Dentre as cidades-alvo da operação estão Nova Lima, Divinópolis e Governador Valadares.
Outra informação já divulgada pela imprensa da capital é de que o ex-operador do escândalo "Mensalão" (*), publicitário Marcos Valério é um dos investogados na Operação Ambiente 186. (* o "Mensalão" foi um esquema de corrupção que ficou conhecido em 2005, no primeiro governo Lula, quando o então deputado federal Roberto Jefferson denunciou o pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio político ao governo no Congresso Nacional).
Foram apreendidos, nesta operação, 36 equipamentos, dentre aparelhos de telefone celular, notebooks e outros periféricos de armazenamento de arquivos digitais.
A empresa que já teve o nome divulgado é a rede supermercadista 'Coelho Diniz', com atuação no Leste de Minas, mantendo um centro de distribuição em Governador Valadares. Esta rede é proprietária de 25% das ações do Grupo Pão de Açúcar.
Como agiam os suspeitos:
Conforme a assessoria do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) “o esquema criminoso reduzia artificialmente o custo das mercadorias, ampliando os ganhos ilícitos dos grupos envolvidos, distorcendo a concorrência e prejudicando empresas que atuam licitamente, em conformidade com a legislação tributária. As apurações demonstraram que a organização criminosa se apropriava indevidamente do imposto que deveria ser recolhido ao Estado, convertendo tais valores em benefício patrimonial próprio”.
Também foi apurado que os “empresários de redes atacadistas, vendiam produtos diretamente para outras empresas de Minas Gerais, porém, simulavam notas fiscais frias para outros estados com a alíquota menor, como por exemplo Goiás e Espírito Santo, além de estados do Norte e Nordeste. Em seguida, emitiam novamente a nota para Minas Gerais com imposto menor. Em Minas, o imposto varia de 18% a 25%, principalmente em mercadorias alimentícias. Nos outros estados, a alíquota gira em torno de 7%”, conforme descreveu reportagem da Rádio Itatiaia, nesta manhã.
A Operação Ambiente 186
A operação foi coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (CIRA-MG). Participaram ainda, o MPMG, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), a Receita Estadual, a Receita Federal, Corpo de Bombeiros Militar (CBM-MG) e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
Fizeram parte da operação, seis promotores de Justiça, três delegados de Polícia Civil, 58 auditores da Receita Estadual, dois auditores da Receita Federal, 65 policiais militares, 54 policiais civis, nove bombeiros militares e 15 servidores do Ministério Público.
Além da apreensão dos equipamentos e aparelhos eletrônicos, foram indisponibilizados R$ 476 milhões em bens dos investigados. As investigações, que foram iniciadas há cerca de 18 meses, continuam, para que novas provas e informações sejam obtidas, para a completa resolução do caso.






