Onda de calor intenso faz consumo de energia subir

Subsistema de carga da região Sudeste e Centro-Oeste atingiu recorde no dia 13 de novembro

Onda de calor intenso faz consumo de energia subir
Foto: Ilustrativa/Freepik


A intensa e longa onda de calor que se instalou sobre o Brasil nos últimos meses tem provocado o aumento no consumo de energia elétrica. Com o calor intenso, a utilização de equipamentos de refrigeração, como ar-condicionado, ventiladores, climatizadores e resfriadores, se torna mais frequente, elevando os gastos com energia.

Em novembro, com a nova onda de calor, os impactos já podem ser observados. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou, no dia 13 de novembro, um novo recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) em todo o país: às 14h40, foi atingido o patamar de 100.955 MW. Essa é a primeira vez na história do SIN em que a carga superou a marca de 100.000 MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido no final de setembro deste ano. 

Além desse recorde, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) atingiu novo patamar máximo de carga, superando, pela primeira vez, o marco de 60.000 MW. No dia 13 de novembro, às 14:35, a carga da região chegou a 60.502 MW. O maior valor de carga para o subsistema até o momento era de 57.791 MW, ocorrido no final de setembro deste ano.

Conforme explicado pela SIN, a principal razão para este comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do país.

Nas duas primeiras semanas do mês de setembro, quando também houve elevação da temperatura, o aumento do consumo de todo o país foi de 4,2% em comparação com o mesmo período de 2022, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse foi o 2º maior avanço de 2023, só perdendo para o consumo de agosto.

A reportagem da FOLHA tentou mapear o consumo de energia elétrica em Itaúna e região, porém a assessoria regional da Cemig, que fica em Divinópolis, não conseguiu as informações.

Como refrescar sem elevar o custo?

Há alternativas de se refrescar no calor, mas com baixos custos. Conforme explicado por Thiago Batista, engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, o essencial é prestar atenção no tempo de utilização do material.

O ventilador, por exemplo, que possui menor potência em Watts (W), se ligado por um período muito longo, pode gerar um aumento significativo na conta de energia. Já o ar-condicionado, que tem uma potência elevada e funciona de forma similar à geladeira, o custo será maior. O ideal é comprar os que têm selo Procel ou que venham com a etiqueta do Inmetro com a letra “A”, pois são os mais eficientes e indicam a média provável de consumo mensal.

Em contrapartida, as altas temperaturas trazem uma grande oportunidade de economia. O chuveiro elétrico é o equipamento que mais consome energia nas residências e, durante o calor, o cidadão pode colocar a chave na posição verão ou até mesmo desligada, reduzindo a potência e, consequentemente, os gastos.

“Ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo do aparelho ligado em sua potência máxima. Mas, mesmo assim, é importante que o tempo seja mantido, pois não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho”, alerta Batista.