MUDOU TUDO - E agora? Passagem vai a R$ 6,50?

Vereadores “pensam bem” e devolvem o problema para o prefeito, e não aprovam repasse à Viasul

MUDOU TUDO - E agora? Passagem vai a R$ 6,50?


A FOLHA mostrou, passo a passo, as negociações em torno da questão relativa ao transporte coletivo de Itaúna, nos últimos dias, inclusive, com as ameaças de aumento para R$ 6,50, caso os vereadores não aprovassem um subsídio de R$ 10 milhões para a Viasul neste ano, e mais R$ 16 milhões em 2024. Desde a audiência pública, acontecida na segunda-feira, 28, na Câmara, com embates principalmente entre o vereador Alexandre Campos e os representantes da Prefeitura e da empresa, e também os bastidores, com tapas na mesa e gritos no Gabinete do prefeito e um acordo, anunciado em entrevista coletiva, na quinta-feira, 31, a situação é complexa.

Quando tudo parecia resolvido, o prefeito ajuntou tralhas e foi pescar, o presidente da Câmara foi para Belo Horizonte e o caldo entornou por aqui, com alguns edis que fecharam acordo com o prefeito, “dando para trás” na hora de garantir os votos necessários para garantir a aprovação do subsídio. Muitas ligações, muita pressão, promessas, quem sabe, e acabou não dando muito certo para a situação, pois os vereadores bateram pé e reprovaram a proposta.

Até o finalzinho da tarde de ontem, ninguém sabia ao certo o que seria o resultado da reunião. Enquanto isso, argumentos foram sendo entabulados e a ansiedade aumentando para o início da reunião dos vereadores, marcada para o início da noite de sexta, “hora em que a maioria já estaria em um barzinho, tomando cerveja”, podem ter pensado. Mas teve gente que resistiu e foi à Câmara pressionar. Aí, deu no que deu, para plagiar o bloco carnavalesco.

Fizeram as contas? Passagem iria a R$ 8,56...

Dizem que reprovação se deve a uma conta feita pelos vereadores: se o volume de passageiros voltar ao limite anterior à pandemia, de 400 mil passagens-mês, serão contadas 6.400.000 passagens pagas pelo Município, ao longo de 16 meses (4 meses de 2023 e 12 meses de 2024). Isso dá um valor pago pelo Município, por meio do subsídio proposto, de R$ 4,06 por passagem. Como a empresa vai cobrar mais R$ 4,50 por passageiro, cada passagem utilizada na Viasul em Itaúna vai custar aos itaunenses em torno de R$ 8,56. 

Lembrando que no período da pandemia aconteceu a queda de passageiros, realmente, em torno de 50% do volume, porém foram cortados cerca de 30% dos horários (que não foram retomados na totalidade, conforme reclamações constantes de passageiros); foram retirados os cobradores e os fiscais, o que representa diminuição nas despesas de manutenção; tem sido exigida sobrecarga de trabalho a motoristas, conforme denúncias recentes, o que também gera diminuição nas despesas de manutenção; não foram cumpridas as exigências como nos casos de guaritas de ônibus e outros vários sistemas, informados, inclusive, pelo prefeito.

Com isso, a empresa teve redução no número de passageiros, mas também teve redução sensível nas despesas de operação, devido a esses e outros itens bastante citados. E, para concluir, o óleo diesel, que é um dos principais custos das empresas de transporte, teve redução em cerca de R$ 2 neste ano, o que representa queda nos preços de cerca de 30%. São casos a serem analisados pelos itaunenses que, ao final, poderiam pagar R$ 8,56 pela passagem de ônibus, uma boa parte pagando metade deste custo sem nem usar o transporte coletivo.