Margens da linha férrea com muito mato, lixo e entulho

Secretário de Infraestrutura e Serviços de Itaúna disse que VLI já foi acionada, mas pediu mais de 90 dias para iniciar os trabalhos

Margens da linha férrea com muito mato, lixo e entulho
Foto: Divulgação/PMI


Moradores das margens da linha férrea que corta a área urbana de Itaúna entraram em contato com a reportagem da FOLHA para solicitar a limpeza destes locais dada a grande quantidade de lixo, mato, entulho e até água suja acumulada, o que pode gerar focos do mosquito Aedes aegypti, hospedeiro e transmissor de doenças como Dengue, Zika, Chikungunnya e Febre Amarela. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura, na Secretaria de Infraestrutura e Serviços, para saber se existe alguma programação para efetuar esta limpeza.

O secretário Rosse Andrade explicou que a Prefeitura não pode fazer o serviço, pois a área é de responsabilidade da empresa VLI, que é a concessionária do trecho. “Essa limpeza não pode ser feita pela Prefeitura, dado aos riscos de acidentes com as locomotivas a que ficamos expostos. Assim, somente a empresa que administra o trecho é que pode fazer, ou empresas terceirizadas por ela. Isso, porque é preciso especialização, inclusive com maquinário específico e atendendo a cronograma de horário acertado pela VL!”, disse Rosse Andrade. 

Informou ainda que fez um relatório dos principais pontos onde estão sendo feitas reclamações, para demonstrar a situação e encaminhou o pedido à VLI. Como resposta, a empresa disse que serão necessários 90 dias para que a limpeza seja iniciada. Assim a VLI deve começar os trabalhos no fi nal do mês fevereiro, ou início de março, conforme o cálculo de 90 dias. O secretário informou ainda à reportagem, o contato da empresa que foi repassado a ele. 

A reportagem acionou a VLI, que encaminhou o jornal para a assessoria de imprensa da empresa. A resposta foi a seguinte: “Já vou verificar para você. No entanto preciso que envie essa demanda, incluindo o deadline (que na tradução para o português é “prazo final”), para o imprensa@vli-logistica.com.br. Isso porque preciso da formalização junto à companhia para seguir com o atendimento. Qual seu deadline, por favor? Onde exatamente o problema em questão está ocorrendo? Tem o endereço, bairro ou algum ponto de referência? Fico no aguardo. Abraço!”.

A FOLHA encaminhou a “demanda” à assessoria, informando que se tratava de mato, lixo, entulho etc., em toda a área urbana. A resposta foi a seguinte: “Agradeço a formalização da demanda. Preciso, por gentileza, que nos dê uma referência de onde seria o problema. Você tem endereço ou bairro para que possamos verificar? Quanto ao deadline, de antemão já te peço um prazo maior, pois temos que checar a questão. Abraço!”. Informamos que o relatório dos locais já estava na empresa e que a solicitação era sobre o prazo pedido, se realmente demoraria 90 dias para ser iniciado o serviço. 

Comentário do repórter 

Assim, como pôde ser constatado, para obter uma resposta a perguntas simples (quando será feita a limpeza e se é comum demandar todo esse tempo), tivemos de percorrer por três canais e sem obter a resposta, que deve ocorrer após a circulação do jornal, pelo visto, a expectativa é de que só comece a limpeza mesmo em março de 2024. Até lá, a sujeira vai se espalhar por outros locais e serão necessárias as mesmas ações, novamente. Seria mais fácil a VLI, empresa que se vê, muito organizada e competente, programar a limpeza a cada 3 meses. Evitaria muitas reclamações e desgaste. 

VLI Informa 

Em resposta à FOLHA, a assessoria da empresa encaminhou o seguinte texto: “A VLI, controladora da linha férrea, esclarece que o serviço de limpeza, controle da vegetação e saneamento vegetal é realizado periodicamente na faixa domínio da linha férrea. A empresa reforça que a operação ferroviária não é a geradora dos resíduos. Por isso, a companhia promove ações de conscientização e, também, faz um pedido para que as pessoas não joguem lixo na linha, de modo que o volume de materiais despejados irregularmente não supere os esforços da companhia”. Traduzindo, a empresa entende que “não é a geradora dos resíduos” e que, portanto, a população deve aguardar a limpeza conforme o cronograma da VLI.