Mais um empréstimo: R$ 76 milhões!

Em dois mandatos, empréstimos da administração de Neider chegam a R$ 160 milhões

Mais um empréstimo: R$ 76 milhões!


Junto da proposta de concessão de subsídio à Viasul, o prefeito encaminhou, também, pedido de autorização à Câmara para que a Prefeitura faça um empréstimo no valor de R$ 76.046.761,24. Aprovado o pedido, durante os sete anos de administração do prefeito Neider (ainda tem mais o ano de 2024, do seu segundo mandato), serão nada menos do que R$ 159 milhões em empréstimos, isso sem contar juros e demais acréscimos, comuns nas operações financeiras.

Em levantamento publicado pela FOLHA em maio deste ano, foi detectado que o prefeito Neider já havia contraído R$ 83.073.000,00 em empréstimos e que existiam parcelas a serem pagas até o ano de 2030 de alguns destes empréstimos. Ainda conforme este levantamento, a próxima administração já vai herdar uma parcela mensal no valor de R$ 534.442,65, mais os juros cobrados conforme cada financiamento contraído.

Com esse pedido feito agora, se aprovado o total de empréstimos chega a quase R$ 160 milhões e a parcela mensal a ser quitada, dobra, pelo menos, sem contar os juros a serem cobrados no financiamento. Isso em um momento em que a arrecadação do Município demonstra queda, conforme dados informados nesta semana (veja matéria nesta edição sobre o orçamento de 2024), tanto que na elaboração da previsão orçamentária para o ano de 2024 não foi calculada nem mesmo a previsão inflacionária completa do período.

Juros serão os que os bancos quiserem...

O item II, do artigo 4º do projeto de lei de número 195/2023, de autoria do prefeito, estabelece o seguinte: “II - aceitar todas as condições estabelecidas pelas normas das Instituições Financeiras referentes às operações de crédito, vigentes à época das assinaturas dos contratos de financiamento”. Com esta afirmação, no entendimento de observadores, os vereadores dão total liberdade aos bancos de impor a taxa de juros que melhor lhes atender.

Para se ter uma comparação, no meio da semana a Câmara de Pará de Minas aprovou que o Município tome R$ 60 milhões emprestados à Caixa Econômica Federal e, conforme cálculos de especialistas, a quitação será feita com a prefeitura daquela cidade pagando R$ 100 milhões. Um cálculo simples mostra que naquele caso os juros acumulados representam 66% do dinheiro emprestado.

Caso o empréstimo de Itaúna, no valor de R$ 76 milhões seja tomado nas mesmas condições, ao final o Município vai desembolsar cerca de R$ 126 milhões. Assim os vereadores, ao aprovar o empréstimo estão concordando com uma dívida nestas proporções.

Prefeitura quebrada no futuro

 “Somados os dois fatores, subsídio e empréstimo, o futuro de Itaúna pode ser a bancarrota”, disse um político que ligou para a redação ao tomar conhecimento das propostas do prefeito Neider. Isso porque, a partir de 2025, a futura administração herdará a seguinte situação em relação ao transporte público: ou autoriza o preço de passagem a R$ 10 ou repassa subsídio de R$ 26 milhões mais inflação à empresa. 

Além dessa despesa, terá a responsabilidade de equilibrar as contas com uma dívida, em empréstimos, de R$ 160 milhões, mais juros. Sem contar que pode surgir mais empréstimo até o final do mandato, visto que tem o projeto do viaduto do Padre Eustáquio. “Tudo isso, mais os problemas como a reconstrução dos interceptores do Projeto Somma e tantas outras ações que estão sendo preteridas em favor do asfaltamento de ruas”, concluiu o político, que curiosamente defende o prefeito na maioria dos seus projetos.