As obras foram iniciadas na segunda-feira, dia 4

Previsão é de investimentos de mais de R$ 800 milhões e prazo estimado de 18 meses para a conclusão

As obras foram iniciadas na segunda-feira, dia 4
Foto: Dirceu Aurélio/Imprensa MG e Foto: Reprodução/GASMIG


A segunda-feira, 4 de março, marcou o início das obras de construção do Gasoduto Centro-Oeste, que vai atender a oito municípios da região e a expectativa é de geração de cerca de 15 mil novos empregos. Serão interligados pelo gasoduto os municípios de Betim, Divinópolis, Igarapé, Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, São Joaquim de Bicas e Sarzedo, conforme divulgação da Gasmig. Esses municípios respondem por 10% do PIB – Produto Interno Bruto industrial e 7% do PIB total do Estado de Minas Gerais, informa a assessoria de imprensa do Governo de Minas. E a construção do gasoduto vai beneficiar a região que conta com cerca de um milhão de habitantes, detentora de vários polos produtivos. 

Para anunciar o início das obras foi realizado um evento público no município de Juatuba, com a presença do governador do Estado, Romeu Zema e de várias lideranças de Minas Gerais. “Este projeto contribui enormemente para o desenvolvimento da região, que está crescendo muito, e com essa fonte de energia vai ter condição de crescer ainda mais. Para mim, é muito bom ver que estamos dando mais um passo para o desenvolvimento do estado. Eu não acredito em milagres; acredito em ações conscientes como essa disse o governador ao discursar na solenidade”. 

Números do projeto 

Com a expectativa de criação de 15 mil novos empregos, o Gasoduto Centro-Oeste prevê investimentos da ordem de R$ 800 milhões. O prazo para a realização da obra é de 18 meses, porém os municípios já serão atendidos conforme o andamento das obras. Conforme as explicações de técnicos, os dutos serão testados e colocados em funcionamento conforme o andamento das obras. Assim, no caso de o duto estar concluído em um município antes do prazo final da obra, esta cidade já passará a ser atendida sem a necessidade de se aguardar toda a instalação para que comece o processo de fornecimento do gás. 

Conforme os técnicos da Gasmig, o gasoduto vai atender a vários APLs – Arranjo Produtivo Local assim que iniciar o fornecimento de gás na região atendida e, futuramente, no projeto de expansão, que já existe, prevendo interligar a região até o Triângulo Mineiro. Desta forma, polos produtivos como o siderúrgico, marcadamente em Itaúna e Divinópolis, moveleiro, em Carmo do Cajuru, bem como a produção calçadista em Nova serrana, poderão se beneficiar do insumo, que vai alavancar a produção e o desenvolvimento locais.

Gasoduto terá ramal “circulando” Itaúna

O Gasoduto Centro-Oeste, conforme mostra o mapa apresentado pela Gasmig, atenderá toda a área industrial de Itaúna. O desenho apresenta o traçado percorrendo toda a região central do município, com extensões a duas vertentes, seguindo pela MG-431. O primeiro, sentido Pará de Minas, mostra que o gasoduto terá um ramal indo até a altura da Patense. Este ramal atenderá várias empresas daquele trecho, como a Saint-Gobain e a própria Patense. Outro ramal segue sentido Itatiaiuçu e se estende até a PCMA, na saída do Bairro Morro do Engenho.

O gasoduto ainda fará um traçado “circulando” pela área central do município, o que permitirá atender a empresas como o Grupo Simec, até a Santanense Tecidos que, aliás, está em processo de negociação com um grupo empresarial que deverá colocar a empresa em funcionamento ainda neste ano. O ramal retoma o eixo central, nas proximidades da Intercast, próximo da MG-050, seguindo em direção a Divinópolis, o que atenderá, também, a unidade da Belgo. Assim, todas as indústrias itaunenses que necessitarem do insumo, serão atendidas.

Na divulgação feita pelo Governo do Estado, o gerente da usina de Itaúna do Grupo Simec, Giuliano Dornas, informou que a empresa consome atualmente, 330 mil metros cúbicos de gás mensalmente e que o gasoduto será muito importante para o grupo até mesmo ampliar a sua atual produção. “Temos uma expectativa grande em função da demanda que temos de gás. Hoje, a gente opera com GLP em função da viabilidade, porque o gás natural transportado por carreta inviabiliza o processo. Esperamos que, com o gasoduto, haja redução de custo e mais competitividade pra gente, além de segurança operacional”, afirmou.

Porém, como informa a Gasmig, o produto oferecido não atenderá somente as indústrias, mas também o comércio de um modo geral e o residencial. Além de ser uma opção para o segmento veicular, com a captação de novos postos para a venda de GNV.  “No Brasil, apenas 13% da população utiliza o gás natural como matriz energética. Mas, em Minas, estamos ampliando esta utilização – e   temos grandes oportunidades no segmento. Por isso, a Gasmig pretende investir, até 2032, cerca de R$ 5,2 bilhões”, informou o presidente da companhia, Gilberto Valle Moura Filho.