Altos-fornos fechados em Itaúna

Várias empresas estão demitindo e paralisando produção. Usiminas e Gerdau, por outro lado, anunciam investimentos

Altos-fornos fechados em Itaúna
Foto: Júlio Bittencourt


A reportagem da FOLHA recebeu informações nesta semana de que várias empresas do setor siderúrgico estão paralisando a produção em Itaúna. As informações são de que a Intercast está demitindo dentro de um programa em que o Governo arca com uma parte dos custos dos salários dos trabalhadores. A Sidersa e a Sideral também estão demitindo, a exemplo de outras empresas. Conforme os levantamentos iniciais, as demissões vão girar em torno de 2 mil pessoas.

Na mídia nacional, a informação é de que o mercado de aço no Brasil sofre um baque com redução apurada, somente no último mês, foi de 4,2% em Minas Gerais, que é o estado maior produtor. Essa queda na produção acontece devido ao aumento da importação, especialmente da China, que aumentou consideravelmente nos últimos meses. Ainda conforme as informações, a reivindicação dos empresários do setor é de que seja feita taxação maior na importação de aço, que atualmente é abaixo de 10% e deveria ser elevada a índices próximos de 20%. Esta seria uma saída para a retomada da produção a níveis anteriores e, assim, se evitaria a continuidade do fechamento das empresas.

Usiminas e Gerdau em direção contrária

Se as empresas itaunenses anunciam paralização na produção, pelo menos duas grandes do mercado falam em investimentos. A Usiminas anunciou, por exemplo, que prevê o funcionamento do Forno 3 de sua siderúrgica em Ipatinga, já para o mês de outubro. Também fala na manutenção de seus investimentos que foram anunciados em cerca de 2,7 bilhões de reais para os próximos anos, no Brasil.

Também a Gerdau fala em investimentos. No final desta semana, em encontro com investidores, dirigentes da empresa apontaram o incremento de investimentos do grupo no Brasil em 2024, apontando valores para os próximos anos em média de R$ 4 bilhões. A expectativa de empresários é que o governo interfira em favor da indústria nacional, evitando assim um desemprego em massa no setor.