Quanto o Brasil gasta com deputados presos?
Diferente do que ocorre com o auxílio-reclusão, grupos políticos não se manifestam em relação a parlamentares presos que recebem salários integrais e benefícios, mesmo atrás das grades
Redação Folha do Povo 
Com certeza você já ouviu, leu ou mesmo viu, questionamentos em relação ao auxílio-reclusão, que é um pagamento feito pelo INSS a dependentes de contribuintes que estejam presos. Neste caso, os dependentes do preso devem comprovar ser de baixa renda, não receber quaisquer outros benefícios e ter prazo mínimo de contribuição ao INSS. Assim, quando o trabalhador é condenado à prisão, tem direito ao recebimento de um auxílio-reclusão no valor equivalente a um salário mínimo. Normalmente os questionamentos a este pagamento são feitos por grupos autodenominados “de direita”, mesmo tendo sido a lei que garante o pagamento assinada pelo então presidente (“de direita”) Fernando Collor de Mello.
Porém uma outra categoria de presos recebe pagamento integral de seus salários mesmo estando na cadeia. É o caso dos deputados que estão ou foram presos. E, diga-se, os salários não são “mínimos”, mas quase sempre acima dos máximos que imaginamos receber em um ano, ou mais... Conforme levantamento recentemente divulgado pelo jornal “Estado de São Paulo”, na última década, foram pagos cerca de RR$ 2,8 milhões em salários, verbas de gabinete e cota paramentar a seis deputados que foram parar na cadeia. Somente o último deles, o Chiquinho Brazão - RJ, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, recebeu R$ 169 mil referentes ao mês de abril. E nenhum “grupo político” questiona isso. São dois pesos e duas medidas, como dizem os mais experientes.
