Moradores da região do Museu denunciam barulho excessivo

Cidadã afirma que som alto até a madrugada, barulho de aceleração de motores e muita “folia” é realizada semanalmente no local

Moradores da região do Museu denunciam barulho excessivo
Foto: Divulgação


A reportagem da FOLHA foi procurada por alguns vizinhos do Museu Municipal de Itaúna (Museu Municipal Francisco Manoel Franco), para denunciar o que entendem ser “um verdadeiro abuso”. Como afirmou um dos reclamantes, “acabaram com o Museu e seu acervo; a locomotiva virou banheiro, motel e moradia para andarilhos; fecharam a Biblioteca; e acabaram com os direitos e o sossego dos moradores”. Para citar apenas uma situação de incômodo para a vizinhança, informaram que “um morador da região, que tem um familiar cadeirante, teve de esperar por mais de uma hora para liberarem o trânsito pra ele, para que conseguisse chegar até a sua casa...”.

Esses absurdos, como apontam os reclamantes, já fazem parte de várias denúncias feitas na Ouvidoria da Prefeitura, na Secretaria de Cultura e até no Ministério Público, onde teria dado entrada um abaixo-assinado dos moradores, reclamando da situação. Imagens aéreas noturnas, entregues à reportagem, mostram o som da aceleração de motores de carros, quando os frequentadores do local estão deixando o “boteco do Museu”, já de madrugada. Além do ronco dos motores é possível também ouvir gritos de pessoas, falando à distância umas com as outras. Enquanto isso, pessoas idosas, algumas com problemas de saúde, tentam dormir, conforme disse à FOLHA uma reclamante.

Conforme apurado, tem evento que se estende até a madrugada, com música, muita bagunça, barulhos de motos e carros acelerando e muita bebedeira. “O museu virou um boteco. O local funciona como sede de um grupo, e se transforma em boteco nos dias de eventos. Tomam conta de duas ruas, interditando tudo. O secretário alega que as promoções no local são para evitar a questão da prostituição, mas é mentira, já que ‘as meninas’ ficam lá até por volta das 18 horas e depois vão embora. E é depois disso que começam os eventos”, informa um senhor. E completa, “alegam que estão resolvendo um problema, mas na verdade, criaram mais um”.

Festa de aniversário: do evento ou do artista?

Um cartaz postado nas redes sociais anunciava um evento no local, para o dia 9 de março, sábado, com início às 13 horas. Não se sabe se por erro de confecção, por incompetência no trato da língua (aliás, o que é comum por parte do setor comunicacional da Prefeitura), mas as informações não são completas, entendíveis, como apontam os reclamantes. A chamada apontava o Encontro de Carros e Motos. Abaixo, a frase “venha celebrar aniversário” e, em letras maiores “Thiago Mineiro”. Tudo levava ao entendimento de que se tratava do aniversário do citado “Thiago”. Após a informação relativa à data e horário, contém a informação “Churrasco 0500 – traga 500gr de carne”. Quem lê, entende que é uma “festa entre amigos, para comemorar o aniversário de um deles”.

Mais adiante, no cartaz, informa a realização do show de Vinícius Fernandes, informando que seria necessário levar para o show, “um quilo de alimento não perecível”. Assim, os vizinhos perguntam: “de quem era o aniversário?” Se for do citado Thiago, afirmam que também vão pedir a interdição do local, a montagem de estrutura por parte da Prefeitura (como foi feito) para comemorar os aniversários de cada um dos moradores da região. E que os demais moradores de Itaúna também poderão fazer a mesma solicitação, pois no entendimento dos reclamantes, “se a Prefeitura pode montar a estrutura para um aniversário particular, terá de montar para todos que pedirem”.

Outro apontamento feito é que churrasqueiras são montadas logo embaixo das janelas do Museu, colocando o local em risco de incêndio. E cobram a fiscalização por parte do Corpo de Bombeiros no local, nos dias destes eventos, para se evitar uma possível tragédia. “Tem ocasião que montam churrasqueiras com extensão de mais de dois metros, embaixo das janelas, com fagulhas saindo e colocando o prédio em risco”, reclamam. Concluindo as reclamações, um dos moradores afirmou que “esse pessoal não sabe o que é um Museu, uma Biblioteca. Eles querem é festas, vender bebidas e comidas, fazer bagunça. E a população, a cultura, a educação, é esquecida. Enquanto isso o acervo do Museu, o presépio, os quadros, o altar, as peças históricas... e os livros da Biblioteca, vão sendo amontoados em um canto. Onde antes aprendíamos sobre a história de Itaúna, hoje temos um boteco... lastimável a passagem desta administração e deste secretário pela nossa cidade”.