Somente 17% dos adolescentes tomaram a 2ª dose da vacina

Em Minas, de 376 mil que receberam a primeira dose, apenas 165 mil voltaram para completar a imunização

Somente 17% dos adolescentes tomaram a 2ª dose da vacina
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil




Mais uma vez, o Ministério da Saúde (MS) alerta para a baixa procura por vacina no Brasil. Desta feita o problema está com a vacinação contra a dengue. Conforme o MS, foram distribuídas 4,7 milhões de doses em todo o país, sendo que 2,2 milhões de pessoas foram imunizadas com a primeira dose e apenas 636 mil retornou para receber a segunda dose e concluir o ciclo vacinal. Lembrando que, segundo especialistas, quem tomou apenas uma dose do imunizante não está com a imunização garantida. O intervalo entre uma e outra dose deve ser de três meses, alertam. 

Em Minas Gerais a situação não é diferente do restante do Brasil. Foram distribuídas aos municípios mineiros, pelo MS, 376,8 mil doses da vacina. Receberam a primeira dose 165,5 mil pessoas e apenas 18,6 mil pessoas retornaram para receber a segunda dose. Lembra a assessoria do Governo Federal que “a vacinação é uma das inovações para enfrentar a dengue, que em 2024 aumentou em todo o mundo, sobretudo devido às mudanças climáticas. Para ter proteção contra casos graves e hospitalizações por dengue, o público-alvo precisa tomar duas doses do imunizante incorporado de forma inédita no Sistema Único de Saúde (SUS)”. 

Além da questão ideológica, disseminada no mundo por políticos da extrema-direita contra a vacinação das pessoas, existem outros motivos para a baixa procura apontados por especialistas. Um deles é a insistência dos comunicadores das prefeituras em focar apenas as redes sociais como veículo de divulgação das campanhas de vacinação. Outro motivo é mesmo a chamada “inércia” das secretarias de saúde nas cidades. Não basta informar que a vacina está disponível, lembram. É preciso ir atrás do cidadão, criar condições de vacinação ampliada. 

Ações como funcionamento de postos de vacinação após o horário comercial e posto de vacinação móvel, como ocorre em algumas cidades, podem ampliar o alcance da vacinação. A “preguiça” de alguns gestores da área, aliadas à falta de iniciativa e criatividade, também é apontada como causa da baixa procura pelas vacinas.

Combate ao mosquito

O Ministério da Saúde reforça que, embora o imunizante contribua para frear o avanço da doença, ainda não é a ferramenta mais eficaz no seu enfrentamento, dada a capacidade de produção do laboratório fornecedor, que não é suficiente para atender à demanda do Brasil. Por isso, além das ações realizada pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte, lembrando que o tempo quente e a chegada do período chuvoso fazem aumentar a incidência de focos do Aedes aegypti: 

Use telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão; remova recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos; vede reservatórios e caixas de água; desobstrua calhas, lajes e ralos; participe da fiscalização e das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo SUS. Só assim, todos unidos e participando, será possível vencer a dengue!