Operação interdita unidade de reabilitação e resgata dezenas de pessoas em Juatuba

Operação interdita unidade de reabilitação e resgata dezenas de pessoas em Juatuba

Uma renomada comunidade terapêutica, voltada para a reabilitação de mulheres com dependência química, foi interditada durante uma operação da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária na noite da última segunda-feira (29/9) em Juatuba, na Região Metropolitana de Minas Gerais.

​De acordo com as autoridades, 12 mulheres estavam no local, que não possuía Alvará de Funcionamento. As internas relataram que estavam prontas para sair da unidade, pois haviam sido informadas de que seriam retiradas. As equipes de fiscalização constataram, ainda, que o estabelecimento não contava com médicos e que eram aplicadas altas dosagens de medicamentos nas pacientes. O local já havia sido alvo de outra fiscalização, onde irregularidades também foram identificadas e permaneceram.

​A Polícia Civil não efetuou prisões no momento, mas instaurou inquérito para investigar o caso. O delegado responsável informou que a unidade pertence ao mesmo grupo que teve outras duas clínicas interditadas no fim de semana anterior.

​Novas Interdições e Resgates
​No último final de semana, as outras duas clínicas ligadas ao mesmo grupo também foram interditadas em Juatuba. Nessas unidades, a Vigilância Sanitária e a polícia resgataram 46 pessoas, homens com idades entre 18 e 71 anos.

​Situação das Vítimas e Acusações
​Parte dos pacientes foi encaminhada às famílias, ​18 homens foram levados para um abrigo provisório da prefeitura.

​Houve relatos graves de assédio, trabalho forçado e uso de medicamentos sem controle.
​Ao todo, somando as três clínicas interditadas, 58 pessoas foram resgatadas. Doze delas continuam em abrigos municipais aguardando contato com os familiares.

​Prisões e Processo Administrativo

​Durante as ações anteriores, oito pessoas foram presas em flagrante. A Justiça, no entanto, liberou seis delas. Os investigados podem responder por crimes como sequestro, cárcere privado, maus-tratos, lesão corporal e uso de documentos falsos.

​A prefeitura de Juatuba informou que abriu um processo administrativo sanitário contra o grupo responsável pelas clínicas. Em nota, a defesa do grupo declarou que não há registros de que os internos estivessem nas clínicas contra a própria vontade.